domingo, 13 de janeiro de 2019

Areias e (ou ao) vento

Inspiração para esta poesia. Fotografia de Luciana Perli.

As pegadas, impressões na areia,
Denotam por onde passou
Acompanhadas, revelam a trajetória
Do ponto de chegada àquele onde tudo começou

Basta, no entanto, o vento soprá-las,
Para que se apaguem por completo
Então a areia, a terra, superfície lisa,
Tabula rasa, terá esquecido todo o resto

Assim se apagam as pegadas de todos os demais animais
Somos nós, “seres” humanos, que costumamos deixar coisas para trás
Impressões mais fortes, mais duradouras,
Mas não tão resistentes a ponto de se tornarem eternas

Nossas “pegadas”, nossas obras, o que fica quando nos vamos,
Revelam mais do que apenas os caminhos por nós percorridos
Trazem à tona a nossa essência, aspirações, ambições, reflexões,
Medos, crenças, sentimentos, sonhos, sorrisos

A areia, a vida; o vento, o tempo.
Nós, apenas breves impressões na areia da vida
Aqui apagados para sempre, pelo vento do tempo,
Para, em breve, rumo à eternidade,
Nos encontrarmos, além do esquecimento terrestre,
Em direção a terras mais frutíferas
E brisas mais amenas

Quem sabe não nos juntemos à areia
E ajudemos a soprar o vento?


Poesia participante da exposição fotográfica "Diálogos visuais", de Luciana Perli, que compôs a programação da 6ª edição da Feira do Livro de São Francisco do Sul - SC. Mais informações em: http://www.saofranciscodosul.sc.gov.br/noticia/5700

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