Pedem que se discurse sobre algo importante,
Que se escreva a respeito do que é importante,
Que se divulgue e só se faça o que for, de fato, importante.
Sempre o importante...
A importante e imediata importância de importar-se com o que é importante!
Julgam saber a importância
Que tem as coisas importantes
Acreditam diferenciar as ditas importâncias
Das de real, vital, grandiosa, formosa e majestosa importância.
Mas o que vem a ser a importância,
Tão cheia de si, que a todo o resto (taxado e considerado pouco
importante) esnoba?
Importância, pretensiosa, que lá do alto da sua importância nos olha!
Importante importância; aponta a que devemos e com que devemos nos
importar!
O que não é importante, é desperdício, dizem os importantes:
Dos sagrados e importantes tempo, esforço, dinheiro, vida.
É importante importar-se com o que é verdadeiramente importante;
É importante dedicar-se ao que é de importância geral, a importante
coletividade.
Penso que se importância fosse, de fato, importante,
todos saberiam, ao natural, instintivamente, da sua real e importante importância,
Não seria necessário convencimento, impostação em
importar-se, importar-se temendo perder o foco da importância que nos norteia.
Importam-se os que de fato se importam; os demais
se importam por não ter com que se importar.
Não é importante não ter com que se importar, é
importante ser importante.
Se importar pode ser apenas o (realmente) importante
medo de deixar de ser importante.
Saco cheio da pseudo importância das coisas!
Saco cheio de ser obrigado a me importar!
O importante é importar-se com aquilo que verdadeiramente lhe importa
E deixar de dar importância às “importâncias” que lhe são impostas
Se importância fosse importante, teria nome
diferente, importante, para coroar toda a sua intitulada e aclamada importância.
Não quero importar-me com quem comigo não se importe
Não quero nada importante, quero unicamente o que me é necessário.
Não quero ser considerado importante, e se
futuramente pretender, preferirei ser considerado vital.
A importância? Importante?
Se for, não vou me importar
Importo-me com o que me importa
Importa-me a importância da importante felicidade
Moral (inexistente)
da história que não houve (ou o cúmulo da importante importância):
Nada deveria nos importar mais que o importante
foco de nossas importantes e inadiáveis importâncias.
Importante
observação 1 (não que o importante leitor deva com ela se importar, uma vez que
o pouco importante autor com ela pouco ou em nada se importou):
Se importância fosse importante, não seria
nacional, e sim importada.
Importante
observação 2 (Se a primeira importante observação não foi realmente importante,
imagine então o quão desprovida de importância é a segunda!):
E se a importância produto nacional, fruto desta
terra, fosse, não se importariam em exportá-la, dando a costumeira
“importância”, atenção, prioridade e tratamento ás coisas importantes que este
tão importante país e sua não menos importante população tem recebido.
PS 1. A
importância, o que é importante, os importantes definem e impõem!
Curvem-se
os pouco importantes ou os totalmente desprovidos de importância!
O
importante é se importar! Os que não se importarem pouco importam, uma vez que
a importante maioria já está se importando.
PS 2. Se
conteúdo de Post-Scriptum fosse importante, estaria inserido no texto
principal, e não em forma de notas no final do mesmo, afinal, do que é
importante, em meio á importância, ninguém esquece, portanto, importante
leitor, atenha-se ao que é importante, e não tenha pudores em concluir a
leitura deste texto que, apesar de tantos “importantes” e “importâncias”, de
importante nada tem.
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– E em breve você poderá ler: “Atenção:
Importante! 2 (ou se importe com o que importante agora é, pois, sem
importância pode vir a se tornar o que um dia muito importante foi)”.