quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Qual será o seu nome?

 

Todos os dias ele ia à panificadora pensando em vê-la.
Era linda.
Muito linda.
Perfeita, poderia dizer.
Estava apaixonado. Era platônico, os mais realistas e críticos alegariam, mas e daí? Era paixão! Estava apaixonado!
Maldita a hora em que ela aparecera! Tudo estava tão bem antes dela... Tomava o café tranquilamente e seu dia corria sem preocupações ou ansiedades... Agora, vê-la era uma necessidade. Ansiava extremamente angustiado por isto. Poderia dividir sua vida em AD / DD – Antes Dela e Depois Dela.
Qual será o seu nome? – Ele se perguntava, imaginando mil e um nomes que nunca se encaixavam perfeitamente com o rosto maravilhoso e o gracioso jeito de ser da donzela.
Não tardou para que ela o percebesse. Não havia como não notá-lo: O pobre diabo ficava visivelmente desconcertado ante a sua aproximação.
Amanhã chego perto dela – Ele pensava consigo – Não, faço melhor! Amanhã eu peço licença e me sento junto a ela. Conversamos e fazemos amizade. Logo, posso convidá-la para sair. Posso ser um sujeito apaixonante quando quero. Posso ser mesmo. Tipo, artista de cinema ou galã de novela. Posso sim!
Acontece que o nosso romântico herói não tinha lá muita coragem de se aproximar da adorável pequena.
Amanhã – Calculava – Amanhã!
E nisto, foram-se muitos dias, muitos amanhãs tornaram-se ontem e, finalmente, chegou a manhã em que a moça não apareceu.
Amanhã ela virá – Pensou.
E não veio.
Pode estar doente – Concluiu.
E a demora se estendeu.
Ela está de férias do trabalho – Supôs.
Mas a moça nunca mais apareceu, e o nosso galante pretendente ficou a se perguntar:
Qual era o seu nome?

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