Todos os dias
ele ia à panificadora pensando em vê-la.
Era
linda.
Muito
linda.
Perfeita,
poderia dizer.
Estava
apaixonado. Era platônico, os mais realistas e críticos alegariam, mas e daí?
Era paixão! Estava apaixonado!
Maldita
a hora em que ela aparecera! Tudo estava tão bem antes dela... Tomava o café
tranquilamente e seu dia corria sem preocupações ou ansiedades... Agora, vê-la
era uma necessidade. Ansiava extremamente angustiado por isto. Poderia dividir
sua vida em AD / DD – Antes Dela e Depois Dela.
Qual
será o seu nome? – Ele se perguntava, imaginando mil e um nomes que nunca se
encaixavam perfeitamente com o rosto maravilhoso e o gracioso jeito de ser da
donzela.
Não
tardou para que ela o percebesse. Não havia como não notá-lo: O pobre diabo ficava
visivelmente desconcertado ante a sua aproximação.
Amanhã chego perto dela – Ele pensava consigo – Não, faço melhor! Amanhã eu peço
licença e me sento junto a ela. Conversamos e fazemos amizade. Logo, posso
convidá-la para sair. Posso ser um sujeito apaixonante quando quero. Posso ser
mesmo. Tipo, artista de cinema ou galã de novela. Posso sim!
Acontece
que o nosso romântico herói não tinha lá muita coragem de se aproximar da
adorável pequena.
Amanhã
– Calculava – Amanhã!
E
nisto, foram-se muitos dias, muitos amanhãs tornaram-se ontem e, finalmente,
chegou a manhã em que a moça não apareceu.
Amanhã
ela virá – Pensou.
E
não veio.
Pode
estar doente – Concluiu.
E
a demora se estendeu.
Ela
está de férias do trabalho – Supôs.
Mas
a moça nunca mais apareceu, e o nosso galante pretendente ficou a se perguntar:
Qual
era o seu nome?
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