Inspiração para esta poesia. Fotografia de Luciana Perli.
As pegadas, impressões na
areia,
Denotam por onde passou
Acompanhadas, revelam a
trajetória
Do ponto de chegada àquele
onde tudo começou
Basta, no entanto, o
vento soprá-las,
Para que se apaguem por
completo
Então a areia, a terra, superfície
lisa,
Tabula rasa, terá
esquecido todo o resto
Assim se apagam as
pegadas de todos os demais animais
Somos nós, “seres”
humanos, que costumamos deixar coisas para trás
Impressões mais fortes, mais
duradouras,
Mas não tão resistentes a
ponto de se tornarem eternas
Nossas “pegadas”, nossas
obras, o que fica quando nos vamos,
Revelam mais do que
apenas os caminhos por nós percorridos
Trazem à tona a nossa
essência, aspirações, ambições, reflexões,
Medos, crenças,
sentimentos, sonhos, sorrisos
A areia, a vida; o vento,
o tempo.
Nós, apenas breves
impressões na areia da vida
Aqui apagados para
sempre, pelo vento do tempo,
Para, em breve, rumo à eternidade,
Nos encontrarmos, além do
esquecimento terrestre,
Em direção a terras mais
frutíferas
E brisas mais amenas
Quem sabe não nos
juntemos à areia
E ajudemos a soprar o
vento?
Poesia participante da exposição fotográfica "Diálogos visuais", de Luciana Perli, que compôs a programação da 6ª edição da Feira do Livro de São Francisco do Sul - SC. Mais informações em: http://www.saofranciscodosul.sc.gov.br/noticia/5700