sábado, 21 de setembro de 2013

Descabeçados



Cabeças de manequim,
Cabeças de ovo,
Cabeças de boneco de ventríloquo,
Cabeças de vento,
Cabeças de boneco de vodu,
Cabeças de bagre,
Cabeças de bonecas susi, barbie e de boneco ken
E algumas (e determinadas) cabeças humanas.


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Citações e pensamentos sobre a morte

 
Sabes que é sorte comum – tudo que vive morre,
Atravessando a vida para a eternidade.
William Shakespeare, Hamlet.
 
Não sinto pavor da morte, o que me aterroriza é a aproximação da morte, que, com asas monstruosas, parece, no ar plúmbeo, girar ao meu redor.
Oscar Wilde, O retrato de Dorian Gray.
 
A ideia da morte nos engana porque nos faz esquecer de viver.
Vauvenargues.
 
A vida é como um palito de fósforo, vai se queimando até apagar para sempre!
Raul Seixas.
 
Se queres suportar a vida, mantém-te pronto para aceitares a morte.
Freud.
 
O horror não é a morte; é a espécie de comunhão que temos com ela.
Cristóvão Tezza, Aventuras provisórias.
 
-Tenia que llegarme hoy com seguridad – dijo el coronel.
El administrador se encojió de hombros.
-Lo único que llega com seguridad es La murte, coronel.
Gabriel Garcia Márquez, El coronel no tiene quien Le escriba.

A morte deveria ser assim:
Um céu que pouco a pouco anoitecesse
E a gente nem soubesse que era o fim...
Mário Quintana, Este quarto... (Apontamentos de história sobrenatural).
 
A morte é uma ave noturna habitando no começo de nós.
Ronaldo Claver, Bar e Café São Jorge.
 
De qualquer maneira, eu devia morrer. Mas o pior, quando se morre, é ir embora sozinho. Se partirmos todos juntos, não digo que seja uma festa, mas quase. Que medo se pode ter quando a sorte é comum?
Dino Buzzati, Ícaro (conto).
 
-Está...
-Na hora? – Perguntou Bull. – Ah, sim, Stella, acho que está. Não é doloroso. Pelo menos, nunca ouvi dizer que fosse. O doloroso foi antes.
Stephen King, O braço de mar (conto).
 
O importante não é a morte, é o que ela nos tira.
Millôr Fernandes, “A morte da tartaruga” em Fábulas Fabulosas.
 
O tempo é um milagre.
A memória é um milagre.
A consciência é um milagre.
Tudo é milagre.
Tudo, menos a morte.
Manuel Bandeira, Preparação para a morte.
 
 

Noção de tempo


E não fazendo nada, e deixando de as coisas fazer, acreditava estar ganhando tempo.

O convencer


-Convença-me do contrário! - desafiou o aluno.
-Para que sejas convencido por outro em seguida? - questionou o professor - Expus o meu ponto de vista. Analise o caso e tire as tuas próprias conclusões. 

Poder de compra


Tantas coisas inúteis o cercavam que se viu na obrigação de comprar coisas novas, na esperança de encontrar algo que pudesse vir a ter alguma utilidade.

Constatação


Foi em visita ao cemitério que percebeu toda a insignificância de sua carne.

Resposta a um apelo


-Não me abandones, meu amigo...
-Vou contigo somente se desejares a minha companhia, e não somente porque se recusas a ficar só.



domingo, 8 de setembro de 2013

A grande descoberta



No princípio dos tempos, no topo da árvore mais alta e frondosa um homem decidiu subir. Escalou por um longo tempo e, quando no alto chegou, tendo ampla visão daquela vastidão verde e intocada, descobriu que o mundo era muito maior do que seus semelhantes e ele, até então, supunham. Desceu às pressas e contou a novidade a sua mulher: Fora da floresta na qual sua aldeia se localizava, havia todo um universo de montanhas, rios, matas e tantos animais, dos mais variados tamanhos e espécimes, que nunca lhes faltaria o que comer.
Após desobedecer aos avisos e ordens do grande líder, o sábio ancião, o descobridor organizou uma expedição de homens, tão curiosos e ambiciosos quanto ele, e partiram. Ao confrontarem toda a selvageria da fauna e flora do mundo primitivo, muitos dos que se aventuraram naquela viagem morreram. Os poucos que chegaram, para além de uma erma colina, descobriram outro povo.
Os membros da tribo, que naquele território habitava, tal qual os símios, escondiam-se em cima das árvores, camuflando-se entre as folhas. Não caçavam; alimentavam-se unicamente do verde.  Não sabiam o que eram armas. Os únicos instrumentos que lhes serviam de equipamento, úteis cortadores de folhas e ramos, eram as suas próprias mãos. Viviam em harmonia com os animais. Os viajantes não acreditaram no que viam. Um dos habitantes locais desceu até o chão, acenando amigavelmente.
-Perceberam que viemos tomar suas terras! – Berrou o chefe da expedição que, com suas más intenções, acabava vendo perigo onde não havia – Ataquem! Ataquem! – Ordenou.
Flechas zuniram para todos os lados. Do topo das árvores - alguns inertes, outros se debatendo – corpos caíram. O sangue inocente encharcou o solo até então puro. Os animais que ali conviviam, serenamente, com os homens, correram, espantados com toda aquela carnificina. Os bichos primitivos até então desconheciam um ser que atacava, sem motivo, os da própria espécie. Uma vez que atacam os seus, o que não fariam aos outros?
Muitos mortos, poucos fugitivos, os vencedores daquela covarde contenda passaram a vista ao redor, estudando o terreno.
-Iam nos atacar – Justificou-se o líder dos viajantes, sentindo o peso de todas aquelas mortes sobre seus ombros – Iam nos atacar – Repetiu, tentando convencer-se do que afirmava. O gosto pelo assassínio (da sensação de poder que dar cabo à vida alheia trazia) dominava, lentamente, o seu ser.
A grande descoberta, para aqueles homens, poderia ter sido a de que o mundo era infinitamente maior do que se suspeitava, ou a de que não estavam sós no planeta, mas na verdade foi outra que, anunciada pelo líder dos viajantes, mudaria, para todo o sempre, o rumo da assim chamada humanidade:
-Tomamos, é nosso! – Gritou o chefe, apontando o verde tingido de rubro.




terça-feira, 3 de setembro de 2013

Sobre a insanidade


NãO é qUe EstIveSSe lOuCo, ApeNaS aNdAVa DiFerEnte: EnQUanTo o COrpO aPRonTavA dAS  SuAs, a mENtE dA ReaLiDadE esTaVA aUsENte.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013