quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Em gifs vívidos V

Quando a realidade subitamente se altera, devemos nos perguntar: foi o mundo que mudou ou fomos nós que começamos a ver tudo de forma diferente?

É preciso abandonador toda a presunção assim que possível: tudo, absolutamente tudo continua girando enquanto dormimos.

O topo do mundo não é onde as pessoas bem-sucedidas estão, mas sim onde queremos chegar.

Aos mais atentos, é perceptível: 
viver é ter a sensação de a todo o momento ser observado.

Há meros vislumbres de beleza que são capazes de alterar um homem para todo o resto de sua vida.

Por vezes não há como fugir da tormenta,
mas viver atormentado é uma questão de escolha.

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2. Todos os gifs maravilhosos e inspiradores dessa postagem foram extraídos da internet

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Atraso

Fitando o passado, tornou-se ciente:
Você pode parar no tempo, mas ele sempre segue em frente.

Entre linhas

Carregava papel e caneta consigo aonde quer que fosse, pois a vida precisava, com urgência inadiável, ser expressada.

Casamento

Não era por pressão social, devido à solidão e nem mesmo por amar o noivo... 
Era o vestido.

Pausa temporal

O tempo parou de passar no exato momento em que ela parou de encarar o relógio.
A partir de então, não esteve mais sujeita ao tempo...

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Esta casa tem... (Ou "A horrível, perturbadora e interminável fonte de horrores")

Conto poetizado sobre o mal

Deterioração da mente sobre a matéria, de Otto Rapp

Um jovem fez uma aposta com amigos: Adentrar uma casa que, segundo rezava a lenda, era mal assombrada.
Desde então nunca mais o viram.
Diante da porta do sinistro casarão foi encontrado, assinado pelo desaparecido, o seguinte escrito:

Esta casa tem...
Companhia na solidão.
Uma presença no porão.
O ressoar de uma maldição.
O ladrar persistente de um cão.
Os constantes estrondos do trovão.

Vozes caladas.
Pessoas peladas.
Línguas arrancadas.
Almas condenadas.
Outras desencarnadas.
Ecos em salas abarrotadas.
Pessoas idosas sendo torturadas.
Arrepiantes e inesperadas gargalhadas.

Doces salgados.
Fetos abortados.
Loucos embriagados.
Leitores incomodados.
Cômodos desocupados.
Bonecos de vodu costurados.
Criminosos há muito procurados.
Passagens de vultos intercalados.
Órgãos reprodutores amputados.
Preservativos sujos reaproveitados.

Coisas cabeludas.
Aberrações fecundas.
Miados de crias felpudas.
O gritar de pessoas mudas.
Portas abertas por mãos peludas.
Espelhos refletindo coisas absurdas.
Carcaças dilaceradas por garras imundas.

Furo na veia aorta.
Frutos podres na horta.
Gente que não se importa.
Pessoa que não se comporta.
O trabalhar da lâmina que corta.
Fulana caminhando mesmo após morta.
Campainha tocando sem ninguém à porta.
Mordomo estranho de voz grossa e boca torta.
Pessoas tentando desviar a atenção do que importa.

A serpente e seu mérito.
Escarros pendurados no teto.
Um sentimento ruim sempre perto.
Corredores repletos de vômito fétido.
O caminhar de um corpo totalmente gélido.
A morte executando um movimento intrépido.
O gargalhar de alguém completamente histérico.

Crianças chorando no banheiro.
Vozes sussurrando o tempo inteiro.
Lâmina ensanguentada de barbeiro.
Mãos saindo de dentro do travesseiro.
Um maníaco com uma faca, sorrateiro.
Mulheres escandalosas fugidas de um puteiro.
Alguém falando em estranho idioma estrangeiro.

Indivíduos muito mal intencionados.
Espíritos barulhentos, mal educados.
Quartos supostamente desocupados.
Homens falando sozinhos, impressionados.
Vermes rastejantes por espetos trespassados.
Quartos mal iluminados, muitos deles assombrados.
Sujeitos bem acompanhados, mas muitos deles calados.
Um espírito atormentado atormentando inquilinos desequilibrados.
E um anfitrião invisível e muito, muito perturbador, trazendo a vida a seres inanimados.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

O mergulho

Crônica publicada no jornal "Nossa ilha", nº 447, na primeira quinzena de Fevereiro de 2019.