Poesia inspirada pelas montagens do artista Herri Susanto
O limite entre a suposta realidade
e a verdadeira realidade
subitamente se lhe apresentou
Encarada de frente,
a verdadeira realidade, admitiu,
muito o assustou
Teve a impressão de já ter tido
breves vislumbres
do que por detrás das cortinas se escondia
Mas sua mente andava tão turva
E seus olhos tão fechados
Que era-lhe escuro até mesmo o mais claro dos dias
Agora havia um portal por adentrar
Batia-lhe forte o coração no peito
Se atravessasse o portal, não haveria como retornar
E se não houvesse ninguém no outro lado?
E se atravessasse apenas
para lá permanecer isolado?
Ao mesmo tempo, sentia
que por mais cômodo que fosse o mundo
em que se encontrava
Uma força ruim o perscrutava
exercendo poder sobre ele,
mantendo-o em dor, dúvidas e agonia
Chegando ao outro lado,
percebeu que de um mundo árido e cinzento
chegava a um universo de vida e cor
Lá, na loucura que era aquela nova realidade,
foi apresentado ao que até então desconhecia:
o verdadeiro amor
No novo mundo,
pôde retomar a pureza da infância
Chorou ao voltar a ser criança
Agradecido era por estar lá
Mas percebeu que com os seus irmãos,
que na realidade falsa haviam ficado,
a verdadeira vida ele queria compartilhar
Dedicou sua vida
às pessoas a nova e verdadeira realidade apresentar
Queimava em seu coração
a chama inextinguível
De ao Paraíso
o máximo possível de irmãos levar